Sempre ouvi as pessoas falando de Paris, de quão linda, romântica, diferente ela era... Então ano passado, planejando minha viagem pra Europa, sabia que não poderia deixá-la de fora. E não deixei. E me decepcionei tanto que tive certeza de que PRECISARIA voltar lá em outra ápoca, porque, ao menos no frio, definitivamente ela não me parecia nada diferente da outras. Bom saber que eu estava certa!
Paris é, de longe, a cidade mais fantástica, mais mágica que já fui. Mais que Londres, por incrível que pareça!
Posso fazer alguns posts com dicas úteis de lugares que visitamos, de hostel (que aliás, se chamaria "Aonde NÃO ficar em Paris". Nunca antes na história da humanidade eu imaginei que um hostel pudesse ser tão ruim. Mas isso fica para outro momento), de roteiros... Mas, por ora, prefiro me ater ao que me parece mais importante: os sentimentos que a cidade pode trazer!
Estar em algum lugar pela segunda vez, em contradição com o que muitos podem pensar, não necessariamente consiste em uma tarefa repetitiva ou massante. Pelo contrário: estar em Paris novamente parece trazer à tona uma cidade totalmente diferente.
Acho que nunca havia parado pra pensar que muitas imagens da cidade (como o interior da Sacre Coeur, que eu particularmente amo) já não estavam tão certas na minha memória. Talvez possa ser porque hoje em dia as pessoas se preocupam mais em registra-las na câmera digital do que na cabeça. A verdade é que, quando entrei na Igreja semana passada, parecia a primeira vez que eu o fazia. E me encantei novamente com tanta beleza! Meus olhos encheram de lágrimas novamente com a visão do Arco do Triunfo, minha visão embaçou ao olhar para o alto da Torre, mais uma vez arrepiei ao entrar na Notre Dame... Mas, além disso, pude, finalmente, contemplar o pôr-do-sol do alto da Torre, e ver as luzes da cidade acendendo aos pouquinhos; pude me sentar no banco no Jardin Du Luxembourg e contemplar o calor que há muito eu não sentia, pude perceber que, quando tem sol, todas as cadeiras dos restaurantes ficam viradas para a rua, formando o que parece ser uma platéia para os passantes; pude descobrir novos jardins, como o Parc Monceau, o Jardin des grands explorateurs, e tantos outros que parecem vindo direto dos filmes românticos que me fazem chorar.
Pude desfrutar de uma hospitalidade francesa que já havia percebido aqui no flat com o Paul, mas o vivenciei em uma escala muito maior com nossos amigos parisienses que nos levaram para dentro de casa, onde conhecemos uma das família mais simpáticas que já vi, com a mãe espanhola, o pai português e os filhos franceses que falam 4 idiomas. Pude passar quase 1 hora apenas apreciando meu amigo comendo escargot ou tantas delícias da culinária local, fazendo daquele momento mais que uma refeição, um verdadeiro ritual.
Em Paris, finalmente pude sentar com amigos à beira do Rio Sena, gargalhando sem ver a hora passar, pude fazer infindáveis picnics com baguetes, queijos, presuntos serranos, doces da Lenôtre ou Piérre Hermè e tantas outras guloseimas que só a França tem. Pude dançar bossa nova tocada por parisienses, do alto de Montmartre, com a vista da cidade-luz de noite.
Pude sentir os mais diversos cheiros que se misturavam desafiando meu olfato: pão quentinho, flores do campo, almoço de domingo, perfumes florais... Tudo isso casando perfeitamente com a visão de todas as cores de flores, boulangeries, cafés, folhas amareladas, gramas verdinhas.
Pude eleger o meu jardim favorito (Du Luxembourg) meu museu (Rodin), minha rua (Mouffetard), minha Boulangerie (a que o nosso amigo Arthur nos levou, fora um pouco de Paris), minha baguete (Tradition)...
Tive a oportunidade de lembrar da minha avó quando me sentei em uma charmosa casa de crepes em que a mesma senhora simpática que nos atendia (em uma complexa comunicação de sinais e algumas palavras soltas, em inglês) era a que cozinhava os crepes mais deliciosos. A oportunidade de lembrar dos meus pais em cada café que passava e via os franceses celebrando a simples capacidade de falar besteira e não pensar em nada, que muitos de nós perdemos há tanto tempo. De lembrar da minha irmã em cada passo na Rue Mouffetard, com tantas floriculturas, barracas das frutas mais suculentas, restaurantes mais char mosos... E, é claro, lembrar do meu sobrinho em cada uma das várias crianças que vão às ruas todos os dias com os seus pais para curtirem tudo que esta cidade fantástica tem a lhes oferecer.
Pude curtir Paris com moradores de lá, rever alguns amigos que já fiz neste pouco mais de 1 mês de intercâmbio, e que me relembram, a cada instante ao lado deles, a dor e a delícia de estar aqui. Pude sentir saudades de casa, a do Brasil e a da Irlanda e, assim, perceber que é possível feels like home, so far away.
Hoje o post é poético, assim como é a Cidade-Luz. Amanhã quem sabe volto um pouquinho com as pontas dos dedos no chão e conto mais do nosso dia-a-dia lá.
Ah filhota, como é bom rever todo este cenário tão bem expresso por suas palavras tão intensas. Que alegria eu sinto cada vez que te vejo tão feliz e tão profundamente curtindo! Para mim a vida é exatamente isto, curtir o momento e viver com responsabilidade, porém sem grandes preocupações, porque o futuro, somente a Deus pertente. Te amo muito, muito. Bjs. com carinho. Mamys
ResponderExcluirOie!!
ResponderExcluirTô achando que você vai deixar a educação física para ser escritora. Muito legal suas experiências relatadas aqui.
Orgulhosa de você por ter um museu favorito hehehehe
Saudades, curtam muito.
Michele
Flor,
ResponderExcluirtenho fofoca e saudade.
E VONTADE DE MUDAR PRA PARIS!
Acho excelente motivos pra Sypearmos o quanto antes.
Amo gigante!
oi guria
ResponderExcluiradorei o blog, as fotos, tudo...tudo mto engraçado, bem escrito e me identifiquei mto com suas aventuras por aqui....ainda estás em Dublin??? quem sabe naum nos acontramos por ai...hehehe
valeu pela sua visita no meu "cantinho", que por sinal ando meio em falta com ele...hehehe
bjão
flá
Coloca logo as fotos de Paris para matarmos as saudades.... to curiosa!
ResponderExcluirBeijo