quarta-feira, 4 de maio de 2011

Ah... Viena...

Então, se ainda não perceberam, irão perceber ao longo deste post que não sou a Amanda, e sim a Lia Kunzler, amiga de longa data desta viajante que criou o blog. Ela teve a brilhante idéia de que deveríamos escrever cada uma um post sobre um lugar, já que esta foi uma viagem a três há muito desejada. Eu fiquei com a segunda parada desta jornada: Viena! Uma cidade da qual

não esperávamos nada, mas que nos surpreendeu desde a arquitetura até o lindo clima que pegamos.


Então comecemos por onde paramos no post anterior. A viagem de Budapeste a Viena foi feita de ônibus. Uma decisão tomada por causa dos custos, mas que não imagino fazendo de outra maneira. A passagem custou 8 euricos por pessoa e o ônibus é beeeeem justo: limpo, tem filme e até wi-fi dentro das cidades. E como a viagem é curta (cerca de duas horas), não vale a pena pensar em pegar avião e os trens são mais caros.


Chegando em Viena, o primeiro choque da viagem. Saímos de Budapeste, que tem alguns problemas de transporte e é uma cidade que ainda traz os traços do comunismo, para todo o esplendor da Áustria, um dos países mais estabelecidos da União Européia. A infraestrutura é extremamente moderna e contrasta com a arquitetura clássica dos monumentos. Ficamos em um hotel/hostel beeem pertinho da estação principal, a WestBahnhof, o Do Step Inn. Localização que nos ajudou bastante já que o metrô de Viena funciona sem problemas e te leva a qualquer lugar.


Passamos ao todo dois dias e meio em Viena. Como já disse, nos falaram para não esperar muito da cidade e por isso decidimos passar pouco tempo lá – comparados aos quase quatro dias em Budaeste e Praga. Como chegamos na hora do almoço, almoçamos na própria WestBahnhof, que oferece bastante opção de comida rápida. Fizemos o check-in no hostel (quarto limpo e banheiro separado, nada demais) e decidimos caminhar nas redondezas. Em um primeiro olhar pareceu uma cidade grande e normal. Mal sabíamos que a grande surpresa estava por vir.


No dia seguinte, saimos da cama e fomos ver a principal área da cidade. O centro de Viena (ou Innerstadt para os letrados em alemão. Não, eu não sou!) reúne a catedral de São Estevão (a maior e mais impressionante da cidade), um bocado de ruazinhas estreitas e de pedras, bem medievais, e os grandes monumentos. Saímos da estação de metrô e demos de cara com a construção maravilhosa e milhares de pessoas, com galhos de plantas nas mãos. Era domingo, então esperávamos a catedral cheia, mas logo percebemos que aquilo era algo especial. Como eu estava me sentindo mais relaxada com a língua (depois de quatro dias não entendendo nada de húngaro, alemão é quase minha língua mãe!), fui me aventurar. Procurei alguém jovem (minha estratégia para encontrar pessoas que falam inglês) e perguntei o que estava acontecendo. Ela explicou que como era o domingo antes da Páscoa, todos os católicos levavam “palms” para a igreja. Quem me conhece sabe que o meu conhecimento sobre catolicismo é quase nulo. Repeti as palavras como foram ditas para mim para as meninas. Apenas uns 20 minutos depois é que a Amanda grita: “Hoje é domingo de ramos!! “Palms” é ramos em inglês.” HUAHAUHUAHAUHAU Sensacional!! Apendida a lição, fomos apreciar a arquitetura. As ruas medievais são interessantes, mas a vibe de Viena é outra. Lá a arquitetura alcança o maior esplendor clássico. Descobrimos isso ao nos depararmos com a biblioteca e os dois grandes museus da capital austríaca: o Museu de História Natural e o Museu de História da Arte. Os prédios são de tirar o ar e os espaços beeem abertos. É uma cidade arejada, que não deixa em nada a desejar à outras grandes cidades da Europa (pelo menos aquelas que eu já vi =) ).


Mas o mais legal de tudo era o clima que envolvia a cidade. A Maratona de Viena estava acontecendo naquele dia! Milhares de pessoas saíram às ruas para correr ou simplesmente apoiar os corredores. No meio da praça estava montada uma estrutura gigantesca que tampava toda a visão do lugar. Muitos poderiam ficar chateados, mas para a gente tudo apenas aumentava o clima de festa. Mas da onde havia surgido o clima de festa? Isso eu posso responder sem dúvida: o sol brilhava e o céu estava azul! Depois de um climinha mais ou menos em Budapeste, o sol era super bem-vindo! A Amanda, que não via sol há meses, aproveitou cada raio de sol! Eu e Mari estávamos felizes de não passar frio. O meu couro cabeludo já não poderia falar o mesmo. Eu, brasileira, queimei o couro cabeludo na Áustria. Mas queimei meeeesmo, de ficar bem ardido! O fato nos rendeu muito boas risadas. Sério, quais são as chances?!?!


Depois de passearmos durante toda a manhã e um almoço dos deuses (com uma sobremesa mais dos deuses ainda!) tiramos uma sonequinha na grama do parque. Bem à moda européia! Não querendo julgar a viagem de ninguém, esse é o lado bom de um ritmo mais relaxado, o fato de podermos simplesmente dormir durante meia hora em um parque lindo de viver! Descansadas, depois fomos ao Museu da Música. Muitos podem perguntar porque. A resposta é: simplesmente porque quase todos os grandes compositores de música clássica são da Áustria. Só para citar alguns: Mozart, Beethoven, Strauss e Schubert. AHAM!!! O museu é interativo e bastante interessante. Meu lugar favoito foi a sala de exibição, onde eles mostram duas apresentações da Filarmônica de Viena. Duas apresentações para fazer qualquer um se apaixonar por música clássica.


Aliás, a cidade respira o clássico. Não conseguiu ingressos para aquele concerto que queria ir? Não tem problema porque muitos são transmitidos em telões na rua. Estávamos voltando do museu quando vimos pessoas sentadas na calçada curtindo a apresentação de uma ópera e tomando um bom (vinho) tinto! É esse tipo de espontaneidade européia que eu tanto sinto falta aqui no Brasil...


No terceiro dia de Viena resolvemos conhecer um pouco sobre uma das maiores personalidades austríacas: a Sissi. Nunca ouviram falar? Não se preocupem, quando cheguei no castelo de Schonbrunn também não sabia quem era essa mocinha. Aprendemos que ela era uma Evita local, imperatriz do império austro-húngaro. O castelo é como um Versailles de Viena, com jardins incríveis, parecendo tapetes. É um ótimo passeio que pode durar o dia inteiro para quem quiser e tiver fôlego. No segundo dia o sol apareceu tão forte como no primeiro e já saímos até sem casaco. Acreditam?? Essa Europa estava muito louca... E com essa luz ideal, as fotos começaram a ficar lindas.



Mas como não podia deixar de ser, três mulheres juntas não pode não acabar em compras. Em Viena fomos bastante controladas, principalmente por causa do tempo curto. O maior “incidente” aconteceu na nossa casa, a WestBahnhof. Em uma das passagens, não pude deixar de olhar uma lojinha super bonita de bijuterias. Uma hora depois, o resultado da brincadeira: cerca de 130 euros gastos em bijux, uns 15 anéis e pelo menos 10 brincos. Mulheres, mulheres...


Não saímos de noite em Viena. Não sei se foi a falta de indicações ou o cansaço das três que haviam saído dos respectivos trabalhos há menos de uma semana. Mas o fato é que nossas saídas para a balada se resumiram a ir em uma pizzaria italiana próxima ao hostel. Em compensação, foi lá que tivemos as melhores aulas de italiano e alemão do mundo!! Os professores: o garçom austríaco e o dono italiano, que não falavam quase nada de inglês. Ou seja, a comunicação foi feita em pelo menos quatro línguas!! Ah, e a pizza? Também uma das melhores que já comi na vida, verdadeiramente italiana...

Na terça-feira, depois de termos visto quase tudo que queríamos na cidade (afinal, temos sempre que deixar algo para trás, para ficarmos com vontade de voltar, não é mesmo?) era hora de deixar o clássico e irmos para a cidade que é considerada por muitos a mais bonita da Europa. Na parada de ônibus apenas a certeza de que muuuito ainda estava por vir. Que venha então a República Tcheca!