quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Feliz 6 meses!!!!

'Cause I'm a gypsy are you coming with me?
I might steal your clothes and wear them if they fit me
Never made agreements, just like a gypsy
And I won't back down cause life's already bit me
And I won't cry I'm too young to die if you're gonna quit me
'Cause I'm gypsy

I can't hide what I've done
Scars remind me of just how far that I've come"



(Atenção, a autora deste blog adverte: se você não se identifica com devaneios e reflexões da mente humana, pule este post. Quem saber você não prefira ler os outros, ver as fotos, comentar alguma coisa...)

Ei, psiu... você!

É! Você mesmo!

Você, por um acaso, já teve algum momento na sua vida, um instante que seja, em que, do nada, out of the blue, como num estalo, tudo fez um sentido imenso, mesmo que você nem estivesse procurando entendê-lo, pelo menos não naquele momento?

Não entendeu minha pergunta? Explico: De vez em quando (MUITO de vez em quando), em uma situação em que vc está no ônibus, caminhando, tomando banho ou realizando qualquer atividade rotineira, acontece de, de repente, você se dar conta de que tudo, todos os acontecimentos, fatos, pessoas e histórias da sua vida, tudo te levou exatamente àquele presente momento, tudo serviu para que agora você estivesse vivendo exatamente esta situação, esta aventura, esta VIDA.

Esta semana, isso aconteceu comigo. Sentada no 2º andar do meu ônibus de casa para o centro, como de praxe no banco mais da frente, para que eu pudesse ver as belezas de um dia ensolarado, como que em uma fração de segundos, minha vida passou inteira na minha cabeça (sempre ouvi falar que isso acontece segundos antes de alguém morrer. Pois o fato é que pode acontecer também em vida). Lembrei de minhas amigas saindo de intercâmbio no 2º Grau; lembrei dos meus primos, da família reunida para esperá-los no aeroporto, no dia da volta; das minhas conversas com a Ana Lúcia; do dia que contei à minha mãe, e do dia que contei ao meu pai; lembrei dos planos com a Mari, das conversas com todos, que achavam que eu estava ficando louca de largar tudo e vir lavar pratos no exterior... Enfim, passaram cenas que começaram há muitos anos atrás e terminaram lá, bem no banco da frente do 2º andar de um ônibus, NA IRLANDA!

Tenho pensado muito em quando eu voltar ao Brasil. Não é fácil, acreditem. Assim como não é fácil chegar aqui e ficar sem família, amigos, pão de queijo, carne boa, arroz e feijão, mordomia de casa dos pais, língua nativa, cultura, frutas e verduras variadas... Também não é fácil pensar em voltar ao calor infernal (não, não quero outro inverno negativo. Mas me contentaria FÁCIL com 20, 25ºC), à dificuldade de transporte público, à distância para fazer qualquer coisa, à dependência de carro, à falta de educação do brasileiro (especialmente no trânsito), à fucking mania de dar um jeitinho para tudo (gente, ou é ou não é! E isso funciona!), ao fato de que nem sempre você vai ser dar bem por seguir as regras, à falta de possibilidade de sobreviver com um salário mínimo, à ambição por sempre mais e mais dinheiro, à falta do que fazer nas sextas e sábados a noite, ao preço exorbitante dos ingressos dos shows, à falta de Ryan Air, à mistura louca de idiomas, culturas, rostos e nacionalidades, a não falar mais inglês todos os dias, a voltar para casa a pé às 3, 4, 5h da manhã e SEMPRE ter gente na rua, sem nenhum perigo... Enfim, o nosso país é realmente lindo, uma terra de palmeiras onde canta o sabiá, mas em termos de comparação, ainda temos muito o que aprender com o Velho Mundo.

Faço parte de um grupo de discussão do site E-Dublin, e tem surgido alguns tópicos com o assunto do baque da volta. Um deles tem me chamado muito a atenção, e peço licença para colar partes de depoimentos de algumas pessoas:

"A gente tava falando que para quem viaja (seja daqui praí, ou vice-versa) é muito mais fácil do que pra quem fica. Eu até concordava, mas nessa 1 semana e meia aqui (no Brasil) eu estou repensando isso. Tem, sim, a alegria de chegar (como disse meu avô, "mais belo do que partir, é o dia de regressar..."), rever todo mundo, matar as saudades da família, dos amigos, do gato, do cachorro, das comidas, do açaí, da praia, do sol e do calor, do pão-de-queijo com requeijão. Mas os primeiros dias, ao mesmo tempo que são atribulados, são longos, solitários, e tristes. (...) a cada dia vc faz mais um pouquinho, toma uma providência - ou não, mas até retomar uma rotina pra ocupar o seu dia demora um tempo. E aí é que eu acho que existe o perigo de vc gastar muito do seu tempo pensando na vida que vc tinha antes, procurando as pessoas que vc deixou em Dublin na internet pra conversar, alimentando a saudade e a falta que vc sente de tudo e todos. Isso torna a adaptação mais difícil, na minha opinião. É o mesmo que acontece quando vc acabou de chegar do Brasil, nos primeiros dias - ou semanas - no novo país. (...) E nesse sentido eu acho que pode ser mais fácil pra quem fica, porque é só seguir a vida, vcs já têm o que e como ocupar seu dia, já têm a rotina estabelecida. Pra quem parte é tudo novo (mesmo se estiver voltando pro Brasil, não deixa de ser novidade), e existe o desafio de ocupar os dias, a cabeça, começar uma vida nova. Ao mesmo tempo que isso é empolgante e animador, é assustador ter que recomeçar. Recriar paradigmas, referências, buscar atividades, retomar contatos, é um processo intenso. E demorado, na minha opinião. E difícil, mas compensador. E triste e alegre, tudo ao mesmo tempo. É interessante, engraçado até, ver como as coisas vão voltando à sua lembrança, como se vc não tivesse passado tanto tempo fora" (Clarissa Araújo)

"A frase do Harry Potter me comoveu. " vc tem que decidir entre o que eh certo e o que eh facil" mas e se a escolha eh entre dois certos?
(...) parte de mim sente a falta da familia que esta no Brasil, a inseguranca de que para conquistar uma melhor posição aqui tenho que comecar tudo de novo, a sensacao de que talvez esteja velha demais para isso. O medo de estar me precipitando. Ja foram tantos amigos partindo, tantas lagrimas caindo. Lembrancas e esperancas que ficam vagando pela cabeca.
Quando deixei o Brasil em junho de 2009 eu sabia que algumas coisas iriam mudar em minha vida, mas nao fazia ideia que a minha vida inteira iria mudar aqui" (Karen D)

Enfim, como não ter medo (novamente) do novo? Ou, neste caso, do velho? Como não pensar nisso, logo agora, que finalmente me sinto em casa, acolhida pelas pessoas e por este país tão lindo que eu escolhi para morar?

Nunca foi tão certo na minha cabeça o fato de que vou voltar. Junho estarei aí, chorando, abraçando, gargalhando, dançando MUITO forró. Mas também nunca tive tanto medo da mudança. Nem mesmo quando vim para cá.

A Irlanda, na minha opinião, junto com a Espanha, é o que há de mais próximo do Brasil aqui na Europa. As pessoas são calorosas, receptivas, amigas. Não, eles não se abraçam tanto como nós, não choram, não são tão intensos. Mas eles demonstram sentimentos, se apegam tão (ou mais) fácil como nós. Eles AMAM se divertir, festa, reunião de amigos ou qualquer desculpa para comemorar. Eles têm pessoas sem coração como os knackers, mas também são capazes de atrasar a entrada no trabalho ou perder um trem para te guiar ao seu caminho, para te fazer entender o sotaque engraçados que eles têm ou simplesmente para fazer um novo amigo e te levar ao pub no final do dia.

E aí eu te pergunto: será que nós somos mesmo o melhor país do mundo? Será que todo esse nacionalismo que nos faz persistir e ter esperança de que um dia vai melhorar (afinal somos um país tão cheio de belezas naturais e com tantas pessoas batalhadoras), algum dia nos levará ao Brasil que tanto almejamos?

Fazer um intercâmbio é uma abertura de consciência como nenhuma outra experiência propociará. Serve, entre tantas outras coisas, para perceber que não existe lugar perfeito. Que na Europa também tem pobreza (não falei miséria, reparem), mal humor, grosseria, preconceito. Que o inverno rigoroso daqui faz qualquer um querer mudar imediatamente, faz as pessoas ficarem mais mesquinhas, menos solícitas e mais bêbadas. Serve para entender que países não acostumados à crise e à falta de dinheiro enlouquecem e perdem as esperanças muito mais rapidamente que nós. Mas também serve para abrirmos os olhos para tantas coisas erradas em nosso próprio país, e para repensarmos muita coisa em relação às nossas expectativas e nossas crenças.

Como já disse, esse não é um discurso de "resolvi ficar porque aqui é melhor". "Cada escolha, uma renúncia", como eu e Mari repetimos tantas vezes uma à outra nesses 6 meses aqui. E sei que renunciarei a muita coisa boa, muitos amigos queridos e muita qualidade de vida a partir do momento que entrar no avião de volta. Mas a renúncia a essas coisas é muito pequena em relação à renúncia aos meus grandes amigos e minha família. Esta impossibilita, pelo menos por enquanto, minha estada aqui por mais tempo.

Este discurso vem de alguém que sente que, desde que abraçou seus amigos e família há exatos 6 meses atrás e embarcou em um sonho inesquecível, cresceu muito e mudou muito sua cabeça. E hoje sabe que, quando voltar, terá pensamentos menos utópicos e mais realistas em relação ao seu país e sua nação. Alguém que finalmente entende o termo "cidadã do mundo", e se sente como tal. Alguém que sente cada vez mais saudades dos seus amados, mas, definitivamente, menos saudades de sua cidade e seu país. Triste? Não! Não me interpretem mal. É quase libertador!

Enfim, em meio a mais e mais devaneios, me permiti burlar as regras e deixar a 3ª parte da Suíça para o próximo post. Hoje comemoramos 6 meses de viagem! Posso dizer que foram os 6 meses mais encantadores, felizes e renovadores que eu me lembro de ter vivido! Pronta para a batalha, é assim que me sinto!

Beijos a todos de uma pessoa muito feliz! E FELIZ 6 MESES!!!!

* * *

Amanda, preciso falar que choro de rir com os seus comentários? SÉRIO! Vc faz minha vida ainda mais alegre! kkkkkkkkkkkkkkkkkk Te respondi por e-mail, vc viu?! E nem faz greve agora, viu?! Pode responder... hehehehehe Saudades...

Mamusca, estamos quase juntas de novo! Nem acredito! As saudades realmente parecem aumentar nesta reta final!!!! Só quero que seja tudo perfeito! Preparem as roupas de frio, mas tragam levinha tb. Ao que parece, março é exatamente a mudança do frio para o mais quantinho por aqui, então é possíve que peguemos mudanças boas de temperatura! Vamos só torcer contra a chuva, o resto é lucro! =D Te amo! Foi ótimo falar com vc no tel hoje! SE CUIDA, hum!

Cida, é como se fosse um sonho mesmo! Você vai ver quando chegar aqui! Aliás, você vai AMAR Paris! Tenho certeza de que vai ser uma viagem perfeita!

Patcheeeeeeeeeenhu, para sua informação, eu capotei mesmo, tá?! kkkkkkkkkkkkk Mas só uma vez, nada que não tenha rendido boas gargalhadas!!!! =P Saudades de vc, coisa feia!

Florian, how are you, you mad, crazy, loola boy? How is your head? A bit more crazy than the normal, I bet! =P I really looooooove reading your coments! You have to do it more! It's so sad that you and Jenny won't be able to come to Patrick's day. I wonder if we'll see each other before I go back to Brazil... About the Romanche language, I completely forgot, but I'll talk about it in my next post, is that ok, teacher? hehehehe Miss ya!

Bibiiiiiiiiiiii, estou acompanhando sua aventura pelo blog! Ainda não respondi porque quero te mandar um e-mail! Para qual endereço eu mando? Curta MUITO aí! É uma experiência única e inesquecível!

Daniiiiiiiiiii, que saudaaaaaaaaaades!!!! Vai preparando a sapatilha, pq qd eu e Mari chegarmos, a gente vai querer ir a uns 20 forrós para matar as saudades! E vamos levar o Will junto! hehehehe

Lia e Mari, quando nos encontraremos no Skype????? TÁ CHEGANDOOOOOO!

Flor, quão bom é conseguir falar com vc, hein?! Saudades monstras, giga-absurdas!!!! Nosso papo deu uma aquecidinha no meu coração, serviu para bater uma vontadezinha um pouco maior de voltar! Chácara no Carnaval? Quero fotos e relatos! =D E convida o Dandan! kkkkkkkkkkkkk Ele me mandou e-mail, todo querido!!!! Falou que seu pai está devendo um leitão para ele! Aliás, seu pai está devendo esse leitão para muita gente, inclusive para mim... hunft! Esses tios Dimas...

Guigooooooooo, parabéns de novo!!!! =D

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Voltando à realidade (virtual)

Pois é! Resolvi tirar férias de internet, com nada de e-mails ou posts por um momento. Nada programado ou revolto, mas a vida por essas bandas anda beeeeeeem atribulada. As usual, estou trabalhando igual uma burrica de carga! Isso, com mais milhares de mudanças (as usual again) na minha vida é igual a sumiço. Mas, depois de um longo e tenebroso inverno (literalmente, fala sério! Ô, inverno que nunca acaba!) agora sim: segunda parta da viagem dos sonhos, e algumas coisitas mais... Vou ter q dividir a Suíça em 3 partes, senão ninguém aguenta ler tantos devaneios dessa cabeça sem limites...

Bom, a Suíça... A Suíça é assim: saída de sonhos. Sei que visão de turista é sempre um pouco rebuscada por toda a expectativa e pelas novidades, mas quem disse que isso é errado? Se for para acreditar que exista um lugar que chegue bem perto da perfeição, quero, sim, acreditar que este lugar fica lá, bem pertinho dos Alpes.

O nosso primeiro dia foi bem do jeito que relatei no último post: uma mistura de emoções inexplicáveis, de paisagens inesquecíveis e de sensações de paz como aquelas sentidas apenas nos melhores momentos das nossas vidas. A montanha com neve, o sol vencendo todos os obstáculos, a visão dos Alpes bem atrás de nós... Nada consegue explicar...

No segundo dia estávamos em Luzern. Eu e Mari já estávamos um pouquinho mais acostumadas com o esquema dos trens lá da Suíça, então mesmo não entendendo PATAVINAS do que estava escrito ou do que era falado nas ruas, conseguimos pegar o trem sem complicações. Na verdade, pegamos ele no final do dia em Solothurn e já dormimos no hostel em Luzern. Mais uma vez, o hostel era suuuuuuuper bom, limpíssimo, com staffs educadíssimos! Como lá não tinha café da manhã, demos um pulinho no Migros (que é tipo o Tesco, aki do UK, uma rede de supermercados boa e barata) e fizemos a compra para o dia seguinte.

Mesmo com a dia nublado novamente, não desistimos da nossa idéia inicial: SLEDGING!!!! Sledge é tipo um trenózinho que vc pode ir em 1 ou 2 pessoas. Nós decidimos fazer isso ao invés de esquiar porque, como teríamos pouco tempo e a neve não estava alta o suficiente, pagaríamos muito caro para não aproveitarmos tanto! Sinceramente, NEM UM PINGO DE ARREPENDIMENTO! O passeio já começa surpreendente desde a parte do teleférico! Mais uma vez a visão das montanhas e alpes cheios de neve, as árvores a la Winter Wonderland e, principalmente, o sol aparecendo por cima das nuves, quando você já perdeu as esperanças de vê-lo naquele dia... Tudo faz parte de um espetáculo que mais parece um conto de fadas!!!

Lá em cima, a diversão começa com o trocar de roupas: imaginem a Mari com uma calça de esqui (super esporte), uma galocha (super... brega =P), um casaco de peles (super posh), um gorrinho rosa e os óculos de esqui da Jenny... A gente não conseguia parar de rir!!!! Valeu a visão! Depois de um tempo apreciando a vista, tentando, ao máximo, registrar cada centímetro de beleza daquele lugar, fomos à aventura. Eu e Mari em um trenó, Jenny e Florian em outro. O que os 2 tinham de leveza e destreza, nós tínhamos de jequice e falta de jeito. Eu estava na frente, então toda vez que ia freiar, comia todo o gelo do chão... kkkkkkkkkkkkkk JURO! Quando a gente parava, eu estava branca e ensopada! Ridículo! Trocamos as duplas, porque as rampas começaram a ficar mais inclinadas. Mas a Mari e a Jenny eram mais medrosas, então na rampa mais inclinada, fui com o Florian. Qual pode ser o resultado de 2 azucrinados descendo juntos em uma montanha inclinada: Bumbum roxo no dia seguinte! Tomamos o tombo do século! E querem saber? FOI MEGA DIVERTIDO!!!! Quero mais!!!!!!!!!!! =D



Depois de muita diversão, chá quente, solzinho no rosto (acreditam que o sol da Suíça dá mais sensação de queimar que o da Irlanda???? Isso aqui é a Ice Age), sanduíche de presunto e queijo e, é claro, chocolate suíço (todo dia eu e Mari compramos uma barra de chocolate para experimentar! As do mercado mesmo. Até as de 45 cents eram uma delícia! Fala sério...), descemos a montanha (chamada Pilatus) e fomos conhecer a cidade. Admito que gostei mais de Solothurn que de Luzern. A cidade mesmo tem pouca coisa. Uma ponte que foi incendiada e reconstruída, beeeeeeeeeem velhinha, mas bem bonita, com pinturas originais dentro, uma "maquete da Gruta de Maquiné" que, por ser paga, nós não entramos, algumas Igrejas e muitos, MUITOS cafés!!!! Aliás, pausa rápida para um momento cultural, a Suíça é dividida em 3 partes: a parte francesa, a parte alemã e a parte italiana. Em todo o país eles falam o suíço alemão, que seria um alemão "customizado". Esta língua é só falada, não há registros escritos dela, então na escola eles aprendem o alemão. Além dele, nas partes italiana e francesa, eles têm essas como sua segunda língua. E, como não são bobos nem nada, a gastronomia deles é MUITO influenciada pelas delícias destas 3 culturas. Então em cada esquina que vc vai, você vê deliciosos cafés bem parecidos com o que vimos em Paris, Trattorias super charmosas, como as da Itálias, e VÁÁÁÁÁRIAS barraquinhas com Salsichão e outras comidas alemãs de nomes esquisitos.

Depois de uma boa pausa em um café delicioso de lá, terminamos o dia no hostel e no dia seguinte seguimos viagem para Bern, que (pausa para outro momento cultural), para os desavisados, como eu, é a capital da Suíça (não, não é Zurich). Essa parte até o final, fica para o próximo post!

Aqui pela Irlanda as coisas estão uma bagunça só. Agora no final de Fevereiro teremos as novas eleições para Taoiseach, depois que finalmente o sr Brian Cowen abriu mão do cargo. Enquanto isso, os donos dos principais bancos da Irlanda, que foram os principais responsáveis por essa pataquada toda, estão lá no Caribe, protegidos e rindo da cara de todo mundo. Nesse meio tempo, as medidas do Orçamento de 2001 estão começando a entrar em vigor, e claaaaaaaaaaro que ninguém tá feliz! Mas, enfim... Vai-se levando!

Eu e Mari estamos aproveitando tudo até a última pon
ta! Saindo todo final de semana, curtindo horrores a noite de Dublin e nos divertindo muito!

O frio semana passada d
eu uma melhorada boa. Chegamos a pegar amenos 12°. Não, não estou sendo irônica! Com 12º eu estava de calça jeans, sapatilha e casaquinho, tá?! Feliz e contente! Mas aí essa semana a chuva veio com tudo e a temperatura caiu pra 3º de novo. Resultado? TOMA-LHE GRIPE! Mas já estou melhor, e me preparando para o que vem pela frente: em 2 semanas estou saindo da casa da família. Minhas 2 últimas semanas como au pair. Voltei a trabalhar no Bleeker St (o Café) e pretendo ficar lá agora até voltar. Quando será isso? Não me façam perguntas difíceis... hehehehe Dia 08 de março embarco para Londres, pra encontrar meus papyyyyyyyyyyyys!!! uhuuuuuuuuuu! Voltamos dia 16, dia 17 tem St Patrick's Day (tuuuuuuuuuudo de bom), dia 20 eles vão embora, passo 3 semanas trabalhando e dia 12 de abril... CAPITAIS IMPERIAIS COM A LIA E A MARI!!! Affff! De agora até o final, ficar parada é pros fracos =D

A vida aqui continua... Deliciosa! Uma mistura de dias difíceis com dias-enc
anto que sempre fazem valer muito a pena estar aqui!

As saudades estão cada vez maiores e finalmente
estou sentindo que meu dia de voltar está chegando! É muito esquisito estar aqui sem saber se sua vida ainda é no seu país de origem ou é no seu novo país. E acho que vivenciamos essa dúvida a cada dia de um intercâmbio. É tudo tão intenso, tão corrido, que nos faz pensar mesmo o que realmente queremos do nosso futuro. Mas, mesmo sabendo que sentirei faltas devastadoras de MUITA coisa daqui da Europa e da Irlanda, estou começando a entender meu caminho e minhas escolhas. Muito filósofo? É... Como eu já disse, brilho eterno de uma mente CHEIA de lembranças. Cada vez mais...

Aaaaaaaaaaaah!!! Fotos, fotos, fotos! Suíça em fotos! Só entrar no link! =D

Bjocas

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Switzerland!!!! Parte I

(desculpem pelo post sem acentuacao. Teclados suicos nao nos entendem...)

Dificil entender, imagina definir...

Hoje o dia foi daqueles... MAGICOS! Daqueles realmente que a gente geralmente so vive quando esta viajando...

Voce ja esteve em um lugar e sentiu que no fundo voce nao estava acreditando estar la? Como se a qualquer momento voce fosse acordar e percebesse que aquilo nao passou de um sonho, uma ilusao construida em tantos anos vendo pinturas e filmes mostrando aquelas paisagens, mas acreditando que aquilo so existiria assim: em pinturas e filmes?

Voce ja passou um dia inteiro sorrindo a toa, com lagrimas nos olhos, no na garganta e uma vontade imensa de gritar? Se ja, quando foi a ultima vez que isso aconteceu? Faz tempo? Se a sua resposta eh positiva, vou me permitir te dar um conselho: faca um bem a voce e se permita viver isso mais vezes! A sensacao eh simplesmente INDESCRITIVEL!

Tenho uma lista de lugares que ja tive o privilegio de visitar e sei sao os lugares mais lindos e impressionantes que ja vi: O Coliseu, em Roma, a Torre Eiffel, em Paris, a Torre de Pisa, em Pisa, a Gruta do Lago Azul, em Bonito e os Cliffs de Moher, em galway. Hoje, acabei de adicionar mais um lugar à lista: os Alpes Suicos.

Mas vamos em partes, como dizem por ai: Chegamos em Zurich ontem com 1h de atraso (God damn you, Easy Jet). O Florian (meu Sunshine querido) e a Jenny (namorada dele, pessoa mais fofa que eu conheci nos ultimos tempos) estavam nos esperando. Com o atraso, acabamos chegando no hostel depois das 23h30, horario limite para fazer o check-in. No caminho eu liguei para o hostel, para tentar dar um jeito de eles me esperarem um pouquinho. Nao eh que a simpatica suica que me atendeu me ofereceu para deixar a chave embaixo do tapete??? Ela deixaria la, nos colocaria em um quarto so nosso e fariamos o check-in so no outro dia. Inacreditavel, nao?! Mas foi exatamente isso que aconteceu. Chegamos, banho e cama. Hostel MEGA aprovado (Lago Lodge, em Biel).

Hoje de manha, depois de um cafe delicioso, com direito a pao caseiro e queijo suico (duuuuuuh) fomos para Solothurn de trem. A cidade eh a coisa mais fofa de todas, bem igual a ideia que temos de cidadezinhas suicas mesmo. Casinhas fofas, andamos tudo a pe, um mini vale la perto (o verenaschlucht, MEGA fofo), as arvores todas com neve... Coisa de filme. Passamos pela catedral, mas nao pudemos entrar pois ha 2 semanas atras um homem ateou fogo na pobre da Igreja, entao obviamente estava fechada. Em compensacao entramos em outra Igreja ao lado, bem bonita. Nada ostensiva como as da Italia, mas acho que por isso mesmo fez mais o meu tipo.

No meio da caminhada, paramos em frente ao relogio que so tem 11 horas. Explico: Solothurn foi a 11° cidade da Suica. Com isso, as pessoas daqui tem algum ingteresse esquisito pelo numero 11: 11 Torres de Relogio, 11 Igrejas, Lances de escada sempre em numero 11... Ate a cerveja local se chama 11 (claro que em alemao suico. WE claro que eu nao sei como escreve =P). Com isso, algum doido inventou um relogio que so tem 11h. Nao me perguntem como funciona quando eh meio dia ou meia noite, porque chegamos la às 13h, mas estava marcando direitinho...

Parada estrategica para comprar chocolates suicos no mercado, almoco em um restaurantezinho super gostoso e pegamos o carro do Florian para subirmos a montanha. O dia estava totalmente nublado, entao eu devo admitir que DUVIDAVA que iriamos ver alguma coisa. O Florian disse que havia visto na meteorologia que do alto das montanhas seria possivel ver o sol, e eh claroq ue eu nao discuti, mas sinceramente nao via nenhuma possibilidade.

Subindo a montanha (que, pelo que eles me explicaram, se diferencia dos Alpes pela altura e pelo fato de que, nos Alpes, tem neve o ano todo), a vista ja fez valer a pena a vinda pra ca. As asrvores todas congeladas, os paredoes de pedras cobertos de neve, a paisagem se sobressaindo em meio à neblina... Inexplicavel! So vendo para entender. Mas o mais impressionante ainda estava por vir. Eu e Mari, parecendo 2 criancas, sorriso de cabide na boca, fomos chamadas a atencao pela Jenny, que nos apontou a parte da frente do carro. La, saindo em meio à neblina, o ceu mais azul do mundo e o sol mais brilhante, iluminando as arvores e tudo que estava por perto. Quando olhavamos para o lado, a neblina havia ficado embaixo de nos, como se realmente estivessemos nas nuvens. Ou melhor, acima delas, bem pertinho do paraiso!

A vista la de cima era ainda mais impressionante. Ha mais de 1000m do chao, viamos todas as arvores congeladas, folha por folha. A neve no chao constrastando com o azul do ceu e a luz do sol. A nossa frente, bem longe mas igualmente visivel, OS ALPES! Cheios de neve, parecendo realmente saidos das pinturas mais fantasticas. Para completar o visual, entre nos e o alpes, uma cortina de nuvens e neblina.

Hoje posso falar que cheguei bem perto do Paraiso. Quando se esta la, nao ha frio, orelhas dormentes, queixo congelando ou quaisquer outros problemas que te facam querer voltar, ou ir embora!

Meu tempo na internet esta acabando, e se me deixarem ficarei ate amanha escrevendo aqui. Nao aguentei esperar 1 semana para atualizar! Eh mta emocao e mta felicidade! Precisava compartilha-las.

Eh isso! Amo vcs, estou muito feliz. Morrendo de saudades, mas com a certeza de que toda a distancia e a falta que sinto de cada um estao valendo muito a pena!

Beijos enormes