Uau! Tanto tempo que não venho aqui, que admito que estou estranhando um pouco o momento...
Sinto muitas saudades da minha ligação quase materna com esse blog. Construir cada post aqui, permitir que meus sentimentos saíssem de mim em forma das palavras mais sinceras, as vezes até meio confusas e perdidas...
Ter este meio de comunicação foi uma decisão sábia. Mas, como disse Caio Fernando Abreu, precisei me afastar de tudo que me atrasa, me engana, me segura e me retém. Me aproximar de tudo que me faz completa, me faz feliz e que me quer bem. Aproveitar tudo de bom que essa nossa vida tem. Me dedicar de verdade pra agradar um outro alguém. Trazer pra perto de mim quem eu gosto e quem gosta de mim também. Ver só o ‘bom’ que todo mundo tem. E, por mais que soe contraditório, precisei me afastar um pouco de tudo que me lembrava esses meses em que eu cresci tanto, porque essas lembranças estavam me atrasando fortemente.
Passada a fase difícil, os dias consecutivos de dúvidas intermináveis, as incontáveis consultas aos sites de passagens aéreas, as lágrimas derramadas e os apertos no coração, a vontade de voltar (ao blog) falou mais alto, e se juntou ao momento de final de ano. Não poderia deixar o ano terminar sem escrever dois posts aqui: o de Natal e o de Retrospectiva. Então, que comecem os trabalhos!
1 ano se passou e foram tantas mudanças que as vezes tudo se confunde um pouco na minha cabeça. Incrível como tenho as vezes umas sensações de déjà vu, algumas vezes me perco um pouco no tempo e no espaço e certas lembranças se misturam na minha cabeça, e eu já não sei se elas pertencem ao Brasil ou à Europa. Mas certas lembranças são tão fortes na minha cabeça, que basta um pontapé inicial para que elas surjam como se nunca tivessem ficado adormecidas. E o meu Natal do ano passado está nessa. Lembro de cada minuto dos dias anteriores à data. A preparação, a decisão de que seria na casa do Eric e do Ulgem, a noite do dia 23 no forró, o sono matador do dia 24, os 11 graus negativos para voltar para casa às 6h da manhã, a neve até o meio da canela, a procura incessante pelo Du (o famoso francês), a sobremesa e as bebidas que não cabiam na geladeira e foram colocadas do lado de fora (e congelaram), Os Christmas Crackers, a maionese maravilhosa, a decoração linda dos meninos, a guerra de neve, o secador debaixo do edredom para dormirmos quentinhos... Enfim, foi uma das festas de Natal mais acolhedoras que eu já passei! E por mais que eu estivesse tão longe da minha família, me senti realmente em casa lá. Afinal, eu estava SIM em família. Minha família da Irlanda.
Hoje tenho o prazer de passar o natal rodeada dos meus parentes queridos. E, estando em contato com meus amigos da Irlanda e vendo a vontade que eles têm de estar em casa agora,não consigo expressar quão grata eu sou por estar tendo essa oportunidade novamente. Famílias têm problemas. Têm doenças. Têm tristezas. Famílias têm histórias que poderiam ser diferentes, que nos dão vontade de ajudar mesmo sem saber como. Têm desentendimentos. Mas mesmo assim, famílias são famílias! São o nosso maior pilar! Nosso exemplo, nosso começo, meio e fim!
Hoje me sinto forte de novo, bem de novo rodeada das pessoas que mais amo! Cada dia mais eu entendo quando meu pai me disse que país não é um pedaço de terra, ele é feito das pessoas que lá vivem. Tenho amado o Brasil cada dia mais como território e cada dia menos como nação. Mas ainda acho que certas pessoas aqui me fazem querer lutar por esse país. E podem ter certeza, minha família faz parte disso!
A todos vocês, um Natal inesquecível! Que essa época seja um pouco menos dedicada aos presentes e à distorção da data, e mais à doação, à esperança de um amanhã melhor, à vontade de fazer a diferença na vida de alguém.
Aproveitem as pessoas que estão ao seu lado! Elas não estarão lá para sempre!
Beijos a todos